sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Grafiteiros participam de debate sobre inclusão social com alunos de Ceilândia

No final do debate, os grafiteiros Bonga (com microfone) e Shock (de azul), que estavam na platéia, foram convidados para falar sobre a inclusão social por meio do grafite


Os estudantes do Centro Educacional 07 de Ceilândia Norte-DF puderam entender e discutir, na tarde desta sexta-feira (20), como a arte do grafite pode ser um instrumento de inclusão social. Eles participaram do debate de abertura do projeto 100 Muros, Mil Cores, que prossegue neste sábado (21), às 9h, na estação do metrô “Ceilândia Sul”, ocasião em que será criado um grande painel artístico em 100 muros das quadras QNN 18, 20, 22, 24 e 26.

“Há pouco tempo, eu estava aí, sentado, ouvindo como vocês. Hoje eu sou artista plástico”, informou Anderson Ribeiro, que representou os grafiteiros do Brasil. Mais conhecido por “Fokker”, Anderson faz parte da ONG DF Zulu Breakers, entidade idealizadora do primeiro Encontro Brasileiro de Grafiteiros.

“O grafite é uma maneira que os jovens encontraram para expressar os seus sentimentos”, afirmou Gerusa Vasconcelos, coordenadora do Programa Adolescente Ameaçado de Morte da Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Governo Federal. Para Gerusa, por meio da arte, é possível reconhecer os anseios da juventude.

O Ministério da Educação (MEC), assim como os Ministérios da Cultura e do Esporte, enviaram representantes para o debate. A consultora do Programa Mais Educação do MEC, Ana Carvalho, destacou a importância de praticar o grafite de forma respeitosa com a sociedade. “Vocês estarão exercendo um direito de cidadania”, explicou.

A diretora do Centro de Artes Visuais da Funarte, Vera Rodrigues, veio do Rio de Janeiro para representar o Ministério da Cultura, falando da experiência do “Que pintura é essa?”. Realizado em São Paulo, Brasília e no Rio, o projeto grafitou prédios públicos por onde passou, com o propósito de mostrar que o grafite não tem uma única forma, mas usa diversos instrumentos, como o spray, rolinho, colagem, dentre outras.

O coordenador Geral de Projetos Sociais, Esporte e Lazer do Ministério do Esporte, Luiz Roberto Araújo, foi o moderador da mesa. Antes de ouvir as perguntas dos estudantes, ressaltou a importância deste tipo de debate, especialmente no que se referia ao Projeto de Lei 138/2008, que regulamentará o grafite, prestes a ser aprovado no Congresso Nacional.

O deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), criador do Projeto de Lei, também falou aos estudantes. “Pra mim, o grafite é uma das coisas mais bonitas do mundo. Temos que conscientizar os pichadores e trazê-los para o lado do grafite”, considerou.

“O Projeto de Lei do deputado Magela vem num momento muito oportuno”, avaliou o Sabino Manda, assistente técnico do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre a Criança e Adolescente (Cecria). “Os movimentos sociais há 20 anos tentam colocar em pauta a questão da valorização do grafite”, considerou Sabino.

A presidente do Instituto Zabilin de Arte e Cultura, Rangéria Amorim, e o presidente da ONG DF Zulu Breakers, Gilmar Cristiano Enéias (o Satão), também prestigiaram o debate, marcando presença na platéia. O Zabilin é responsável pela realização do projeto com o apoio do DF Zulu, do deputado Magela e do Ministério da Cultura.

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